Santa Clara nos ensina a viver a Justiça, Paz e Integridade da Criação

 

 Santa Clara nasceu em Assis, no ano de 1194. Sendo de família nobre, recebeu boa educação. Mesmo sendo mais jovem que São Francisco, viu e acompanhou com interesse a mudança de vida do seu amigo conterrâneo e o surgimento da Ordem dos Frades Menores. São Francisco de Assis, junto com um grupo de companheiros, recebera, em 1209, aprovação oral do Papa Inocêncio III.

Clara de Assis, tocada pelo testemunho de Francisco, quer também viver segundo a forma de vida do Evangelho, seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo pobre, humilde e crucificado, observar o Santo Evangelho, assumir vida pobre e simples, vivendo em fraternidade como Irmã menor. Escolheu vida de intensa oração e contemplação, de profundo encontro e comunhão com o Senhor, participando da missão no mundo e do anúncio da paz. Santa Clara diz: "O Filho de Deus fez-se para nós o Caminho (Jo 14,6), que nosso bem-aventurado pai Francisco, que o amou e seguiu de verdade, nos mostrou e ensinou por palavra e exemplo."(Test 5).

Assim, Clara de Assis com 18 anos, no domingo de Ramos de 1212, foge de casa, caminha até a igrejinha de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula. Ali é acolhida por Francisco e seus irmãos e se consagra a Deus. Ainda, no mesmo ano, junto com sua irmã Inês, vai morar em São Damião cuja igrejinha, assim como a Porciúncula, fora restaurada por São Francisco. Com Clara e outras irmãs, tem início a Ordem das Irmãs Clarissas, a Segunda Ordem da Família Franciscana.

Santa Clara de Assis, a seu modo, nos ajuda a viver e a celebrar a Justiça, a Paz e a Integridade da Criação. Acima de tudo ela nos deixa o legado de um estilo de vida. Como São Francisco, ela optou por seguir as pegadas de Jesus Cristo pobre e crucificado e por uma vida sem alguma propriedade mediante o "Privilégio da Pobreza". A sua vida pobre, simples e desapegada, em base ao absolutamente necessário, permanecendo firme no ideal evangélico, demonstrando surpreendente cuidado e solicitude pela vida das irmãs e das pessoas por elas atendidas e insuperável vivência da fraternidade, é anúncio e denúncia proféticos à cultura da indiferença, do consumismo, à intolerância e aos preconceitos. Ela se destacou também pela coragem de defender as Irmãs diante de uma iminente invasão do mosteiro por parte de tártaros e sarracenos, apelando para a arma da oração e da confiança no Santíssimo Sacramento. Num outro momento, em 1241, soube que a cidade de Assis estava para ser tomada e saqueada por tropas do Imperador, gerando medo na população e entre as Irmãs. Clara reage: "recebemos muitos bens desta cidade, por isso, devemos pedir a Deus que a guarde." Reuniu as Irmãs, colocou cinzas sobre suas cabeças e pediu para que fossem rezar. Fizeram abstinência e jejum. A cidade ficou livre e nunca mais foi assediada por nenhum exército. É o uso das armas dos pequenos e frágeis, da não-violência ativa, dos pobres que confiam em Deus e que apostam na bondade das pessoas, mesmo que reduzida e limitada. Clara não fez pactos com gente de poder, não apelou para tropas armadas de um lado ou outro das forças beligerantes.

Clara foi a primeira mulher, na Igreja, a escrever e conseguir aprovar a Regra de Vida das Irmãs. No seu Testamento, Clara agradece ao Pai das misericórdias pelo dom da vocação e por tantos outros benefícios e exorta as Irmãs a serem fiéis. As Cartas de Santa Clara (a Inês de Praga e a Ermentrudes de Bruges) são itinerário de mística e espiritualidade de vida evangélica e cristã. Até o final de sua vida, em 11 de agosto de 1253, tornou-se a referência de vida evangélica do movimento franciscano e clariano.


Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação para a Festa de Santa Clara 2020

 

 


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