A vocação de Santa Clara
A vocação de Santa Clara
Clara era de uma família nobre e rica. O pai era militar e a família era
de cavaleiros do lado paterno e materno. A casa era abastada e as riquezas
copiosas (LegC1). Era uma família exemplar, dentro da concepção cristã da
época. Hortolana, sua mãe, destinada dar à luz,estava a rezar com fervor
pedindo ao Senhor um bom parto, ouviu uma voz que lhe dizia: Não tenhas medo
senhora, pois darás a luz a uma luz que resplandecerá com maior claridade que o
pleno dia.
Desde o ventre materno ela recebeu a vocação de ser luz.
Tendo nascido a menina Clara começou iluminar pela retidão de seus
costumes, dando comida aos pobres, tendo sempre misericórdia dos infelizes e
cultivava o espírito de oração.
Uma testemunha diz que Hortolana
tinha gosto em visitar os pobres (ProcC 1,4). Clara acompanhava a mãe e estende
a mão com prazer para os pobres (LegC 3). Além das ajudas da família, Clara
fazia suas ofertas secretas. Sentia necessidade de partilhar algo seu, que
significasse uma real partilha, e não apenas uma parcela da riqueza familiar,
que nada alterava seu estilo e padrão de vida.
Ouvindo falar de Francisco, cujo nome era conhecido por sua boa fama
conseguiu frequentes encontros com Francisco, falava de seu desejo e busca.
Depois de muitos encontros e orações ela encontra a resposta na
celebração do domingo de ramos, onde o bispo desce do altar e em suas mãos
coloca a palma e aí ela entende e decide em seu coração seguir a Cristo.
Em 18 de março de 1212, Domingo de ramos, abandonou definitivamente a
sua casa para abraçar a vida evangélica :Viver o evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Nesta noite vai ao encontro de Francisco e dos Frades que a espera com
tochas acesas, na pequena Igreja de Santa Maria dos Anjos e ali faz no altar a
sua consagração a Deus.
No Testamento, ao relembrar sua conversão, Clara destaca três aspectos:
a iniciativa de Deus, a mediação de Francisco, e o seguimento de Jesus Cristo como
caminho: Entre outros
benefícios que temos recebido da generosidade do pai de toda misericórdia e
pelos quais temos que agradecer ao glorioso pai de Cristo, está a nossa vocação
que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida (TestC 2s).
Ela reconhece que foi o Pai Celeste que a escolheu, que iluminou o seu
coração por misericórdia e graça para fazer penitência a exemplo do pai São
Francisco.
Clara considera toda a existência humana como uma resposta a
vocação: Dom constante de Deus que nos chamou a vida e somos chamadas/os a
responder diariamente. O seu testamento é hino ao pai de toda
misericórdia, que lhe deu o dom da vocação.
A nossa Ordem é conhecida como: Ordem das Irmãs Pobres de Santa Clara. Temos
a missão de continuar a vivência deste carisma, vivendo o Evangelho; na oração,
na pobreza e na vida fraterna.
A vocação de interceder pela a humanidade, rezando diariamente a
liturgia das horas, adoração ao Santíssimo Sacramento e a escuta atenta as
pessoas que nos procuram. Estes são aspectos da nossa sagrada missão diária.
Com a entrega de nossas vidas buscamos elevar ao altar do Senhor o
clamor, o sofrimento de toda humanidade. O trabalho é o meio de viver o serviço
e a pobreza, para o nosso sustento, mas é a Divina Providência que cuida de
nós.
Clarissas do Mosteiro São Damião – Porto Alegre - RS
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